Hospital do Futuro

Oncologia e Hematologia/Medicina Intervencionista

Oncologia intervencionista: tecnologia de ponta para melhorar a vida do paciente

Diferentes dispositivos guiados por imagem integrados na rotina do Einstein ajudam na personalização do cuidado e no tratamento

Por Fulano de Tal

Doenças complexas como o câncer muitas vezes exigem soluções inovadoras, como as oferecidas pela Medicina Intervencionista. Não à toa, essa área ganhou corpo muito por causa das vantagens que oferece ao paciente oncológico, especialmente àqueles com quadros desafiadores. E isso vai do diagnóstico ao tratamento.

As biópsias, por exemplo, hoje podem ser guiadas por imagem. Ao invés de realizar uma cirurgia mais invasiva, o médico se vale de imagens em tempo real geradas por ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética para coletar o material necessário através de pequenas incisões. “A oncologia de precisão depende de uma análise sofisticada do tecido tumoral. Isso significa que as biópsias ganham ainda mais relevância”, afirma Rodrigo Gobbo, diretor médico do Centro de Medicina Intervencionista do Einstein. Isso significa que a demanda por retirada de amostras tende a aumentar – nesse sentido, a Medicina Intervencionista é capaz de contribuir com mais conforto e menor risco de complicações.

No lado do tratamento, o Einstein também está na crista da onda, e não faltam exemplos disso. “Hoje eu consigo inserir uma espécie de agulha diretamente no câncer de rim e congelá-lo”, ilustra Gobbo. Essa é a crioablação, uma técnica com eficácia similar à cirurgia – e que, de novo, oferece uma recuperação mais rápida. Cabe destacar que uma reabilitação ágil possibilita ao paciente retomar outras estratégias terapêuticas antes do que seria esperado.

Outra técnica bastante debatida nos dias de hoje é a radioembolização para metástases no fígado. Ela se situa entre a Medicina Intervencionista e a Teranóstica – o que mostra como essas áreas estão próximas – e começa com uma espécie de simulação.

O médico usa um cateter para infundir um radiofármaco de baixa potência (o tecnécio-99m) em artérias próximas aos vasos sanguíneos que irrigam o câncer. Através de exames como a cintilografia, é possível então verificar se as moléculas estão chegando ao tumor, ou se boa parte está escapando para outras regiões através de pequenos vasos sanguíneos. Com base nisso e em outras avaliações, é possível definir a dose e os pontos exatos de inserção do radiofármaco e fazer outros ajustes personalizados àquele paciente para maximizar a eficácia e reduzir os efeitos adversos do tratamento.

O médico então aplica um radiofármaco mais potente (o ítrio-90) conforme testado na fase de simulação. Essa molécula viaja dentro de uma microesfera até os vasos de menor calibre localizados perto do câncer. Ali, através da radiação, destruirá as células tumorais.

“Somos uma referência no Brasil em radioembolização, e estamos trabalhando fortemente para avançar ainda mais em doenças hepatobiliopancreáticas”, diz Gobbo.

Outro aspecto onde a Medicina Intervencionista tem ganhado cada vez mais espaço é no manejo da dor, que acomete ao menos 50% dos pacientes. “É uma pessoa que realiza muitas punções venosas, que pode apresentar uma dor no pós-operatório ou mesmo pela doença em si e por suas metástases”, afirma a anestesista Clarisse Beraldo, gerente da área de dor da empresa Takaoka, que atende o Einstein.

Quando os medicamentos tradicionais não dão conta do recado, a Medicina Intervencionista pode fazer bloqueios específicos em nervos (ou modulá-los) ou instalar dispositivos dentro do paciente que liberam fármacos em regiões-chave.

“Algo que conseguimos realizar no Einstein por meio da Medicina Intervencionista é prevenir uma dor que pode surgir caso o câncer atinja determinada estrutura”, diz Beraldo. Explica-se: certos tumores costumam avançar para locais específicos, como um nervo ou um gânglio. Diante disso – e após fazer um teste para verificar se o tratamento traria bons resultados –, o médico intervencionista destrói essa estrutura precocemente e, com isso, poupa o indivíduo de um desconforto futuro.

No Einstein, há um time de Medicina Intervencionista dedicado à Oncologia. Os profissionais participam de tumor boards para discutir as melhores opções para cada paciente que é atendido na organização. Até porque as soluções dessa área via de regra entram em conjunto com outras estratégias terapêuticas.

A interação entre a Medicina Intervencionista e outros campos modernos da Oncologia, aliás, é alvo de muita atenção atualmente. Estudos começam a verificar se intervenções como as já mencionadas, ao atacar o câncer, geram mais antígenos que poderiam ser alvejados por medicamentos imunoterápicos, entre outros. “Há várias linhas de pesquisa com combinações entre Medicina Intervencionista e diferentes tratamentos medicamentosos, e já estamos nos adaptando para caso isso se torne realidade”, aponta Gobbo.

O Einstein inclusive tem um projeto para se tornar um centro de perfusão isolada de órgãos para o melanoma metastático. Essa é uma inovação que se vale de técnicas da Medicina Intervencionista para isolar a circulação de um órgão, como o fígado, do restante do organismo. Com isso, torna-se possível aplicar doses elevadas de uma medicação apenas nesse local, sem que ela escape para outras partes do corpo, o que comprometeria a eficácia e geraria mais reações adversas.

Com a cultura de incorporar precocemente tecnologias como essa, que efetivamente trazem benefícios, o Einstein se mantém preparado para navegar em meio a onda de inovações que desaguam na oncologia.

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